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quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Com vocês, o Sr. Rodrigo Oliva"

O jornal on line JM - Jornal de Maringá - publicou uma matéria no dia 22 de Maio de 2010, assinada pelo jornalista Thiago Ramari. Eis o link para todos lerem o contéudo da matéria na íntegra:

http://portal.rpc.com.br/jm/online/conteudo.phtml?id=1005570

O que me chamou muito a atenção foi a opinião do Sr. Rodrigo Oliva, retirada na íntegra e exposta logo abaixo para todos lerem:

O bacharel em comunicação social com habilitação em cinema e mestre em cinema e vídeo Rodrigo Oliva diz ter uma opinião diferente. Para ele, Maringá não é um polo de produção audiovisual e a maior parte das pessoas que se identificam como cineastas no município não passam de aventureiros. Desse modo, “não dá nem para falar em realidade cinematográfica [local]”. “Assim como em várias outras cidades brasileiras, falta qualificação profissional, criatividade de conteúdo e estética, linguagem de destaque e entendimento da realidade regional para a maioria das pessoas que fazem filmes”, comenta. Para Oliva, a realidade poderia ser diferente se houvesse, por exemplo, a oferta do curso de graduação de comunicação social com habilitação em cinema nas instituições de ensino superior do município. Além disso, mesmo para quem entende do negócio, há a resistência de empresas privadas em financiar projetos culturais, um dos principais obstáculos para a produção cinematográfica. “Em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, a realidade é diferente, porque as pessoas têm acesso à formação profissional e as empresas são mais atentas a esses projetos.”

Eu mostrei essa matéria para diversos amigos que são produtores e diretores de cinema em São Paulo e Rio de Janeiro e todos ficaram chocados com as palavras equivocadas do Sr. Rodrigo Oliva. Será que é preciso ter formação acadêmica para fazer cinema? Para Rodrigo Oliva sim. Aliás, ele é bacharel em comunicação social com habilitação em cinema e vídeo. Para Rodrigo Oliva, paulistas e cariocas estão melhor preparados para produzir filmes porque, primeiro, estão no eixo Rio-São Paulo e porque tiveram preparação acadêmica. Quem não está nesse eixo não tem condições profissionais para realizar filmes com conteúdo, qualidade e estética.

Eu já assisti diversos curtas produzidos por estudantes de cinema, que, sinceramente, não tinham nada de conteúdo, qualidade nem estética. Assisti curtas de profissionais formados, que captaram uma grana alta para seus filmes - mais de R$ 100 mil - através de leis de incentivo à cultura, e que são uma M... São filmes que não deveriam nem ter sido produzidos, mas, ao contrário, foram produzidos com muito orgulho. Então, o Sr. Rodrigo Oliva está errado. Os profissionais do eixo Rio-São Paulo também produzem filmes sem conteúdo, qualidade e estética. Filmes péssimos. Filmes que não somam nada à cinematografia de uma maneira geral. Não é só quem está fora do eixo Rio-São Paulo que, segundo o Sr. Rodrigo Oliva, não estão preparados, não possuem conhecimento estético nem qualificação profissional. Eu e meus amigos do eixo Rio-São Paulo só temos que lamentar as palavras equivocadas do nosso amigo bacharel em comunicação social e mestre em cinema e vídeo. Não é preciso formação acadêmica para fazer cinema, não é preciso estar no eixo Rio-São Paulo, só é preciso ter estrutura e apoio financeiro. Eu não sou aventureiro. Não estou há 13 anos lutando nessa área pra ser chamado de aventureiro. Mas uma coisa, o Sr. Rodrigo Oliva está certo, Maringá não é um pólo de produção cinematográfica. Está longe de ganhar esse título.

Um comentário:

  1. Sr. Oliva... Não somos aventureiros. Somos idealistas! Os maringaenses sobrevivem a produção audiovisual graças a poucas iniciativas e apoios de alguns empresários esclarecidos (Graças a Deus)... Poderia ter coisa muitoooo melhor... mas a cidade carece de graduação, especialização e mestrado na área. Utopia, Não! Maringá tem POTENCIAL para muito mais, depende da sociedade, município e estado. Alguns corajosos até tentaram... tivemos excelentes professores, entre eles, Erico Beduschi, Tadao Miagui, Cláudia Guiamães, Eloi Pires, Pedro Merege... em cursos que infelizmente não perduraram.. Pois a cidade não se abre para o novo... Tem 1 potencial tão grande quanto o medo de investir em novas idéias... Assim, a Cidade Canção..parece tocar o mesmo ritmo em todas as culturas... O.O

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