Quando os produtores e o diretor precisam filmar uma cena com chuva, quase sempre São Pedro está ocupado e não pode ajudar. Nessas horas, os anjos da guarda são outros e estão aqui na Terra mesmo. No caso dos cineastas, os anjos da guarda são os bombeiros. É o meu segundo trabalho em que preciso criar uma chuva artificial em uma cena. A primeira vez foi em 1997. Nossa, faz tempo!
A chuva caiu em Maringá, mais precisamente na Chácara Reder no dia 6 de março às 21 horas. E caiu forte e fria. Exatamente 3.500 litros de água sobre quatro atores em cena, na sequência final em que todo o mistério a cerca da personagem principal é finalmente esclarecido. A chuva caiu e encharcou os atores por horas. Apenas um pegou gripe. É um bom saldo. Três estão passando muito bem. Estão furiosos comigo, mas estão bem.
Zeunifroseqia é o nome do terceiro curta-metragem da Gato na Árvore Filmes. É um pequeno suspense todo em volta da personagem Cecília Morel, interpretada pela ótima Valéria Bonifácio, do Circo Teatro Sem Lona, em sua primeira incursão pelo cinema. Ah! Uma nota importante. Ainda não despejamos nenhuma gota sobre a Valéria. Os outros atores estão furiosos com isso. Mas, calma! Valéria ainda tem uma cena "sob a chuva" pra filmar.
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No domingo, dia 7 de março, outra parte das filmagens foram iniciadas, desta vez na casa da família Rossi, que cederam gentilmente sua casa para as cenas internas do curta. 50% das cenas do roteiro estão concluídas. Os outros 50% continuam hoje à noite, sim, hoje à noite, damos continuidade nas filmagens das cenas internas, e dia 24 de março encerramos as cenas externas, de volta à chácara Reder. Eu não disse a vocês que iríamos jogar um pouco de água em cima da Valéria? Ou acharam que ela iria sair seca desse filme?
Zeunifroseqia está sendo produzido sem nenhum recurso. Nada de editais ou leis de incentivo à cultura? Por quê? Porque esperar por editais e leis de incentivo é mortificante e os projetos se acumulam dentro da gaveta. Então o jeito é bancar com o próprio bolso, fechar boas e produtivas parcerias, conseguir um apoio aqui, outro apoio ali, e realizar o melhor trabalho possível. Nenhum dos atores está ganhando cachês, nem mesmo aqueles que ficaram embaixo dos 3.500 litros d'água. Todos abraçaram o projeto pela sua qualidade, pelos profissionais envolvidos e por acreditar que a única maneira de fazer cinema em Maringá, e no Brasil, é enfiando a cara mesmo.
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O filme está sendo produzido e dirigido por Eliton Oliveira, tem co-produção de Daniele C. Mattos e Marcius Kruli - da Luz! Câmera! Ação!
Bom, agora vou me preparar para as cenas de logo mais à noite. Curtam mais algumas fotos das filmagens externas do dia 6. Prometo vir com fotos com mais qualidade na próxima. Tchau!
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